A Igreja Local no Novo Testamento

27-11-2008 13:36

 
Estes artigos foram selecionados de várias fontes para ajudar o leitor chegar ao entendimento melhor do plano bíblico para a igreja. Foram traduzidos por Arthur Nogueira Campos. Agradecemos aos autores pela permissão de tradução e publicação em português.

2ª edição Publicada em 1999 por
Dennis Allan
C. P. 60804
São Paulo, SP
05786-990
email: dennisallan@estudosdabiblia.net

A14
© Dennis Allan, 1999
Direitos Reservados
Todos os autores retêm seus direitos ao próprio trabalho
Impresso no Brasil
1999


Jesus, O Caminho para
Sair da Confusão Religiosa

Quando Deus deu sua lei, através de Moisés, a Israel, ele não providenciou a divisão de seu povo em seitas e partidos. Mas, na época em que Jesus veio ao mundo, as seitas e os partidos estavam bem fixados. Havia fariseus, saduceus, essênios e, sem dúvida, outros. Supunha-se que todos os que eram sérios a respeito de religião, seriam associados a uma dessas seitas.

A qual destes partidos Jesus pertenceu? Todos têm que concordar que ele não pertenceu a nenhum deles. Ele manteve sua independência; até o fim ele manteve relação com Deus sem pertencer a nenhuma seita. Por esta razão, todos se opunham a ele.

Jesus não providenciou para que seus seguidores fossem divididos em seitas e partidos. Ele, antes, desejava que pudessem ser unidos. Depois de orar por seus apóstolos, ele acrescentou:

"Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti; também sejam eles em nós…" (João 17:20-21).

Através dos anos, contudo, desenvolveram-se divisões e estas se perpetuaram pela escrita dos credos e da formação de organizações denominacionais. O resultado é que, agora, entre os seguidores que professam ser de Jesus, há muitos corpos (denominações), muitos senhores (autoridades religiosas), muitas fés (credos) e muitos batismos.

Que diferente é a situação presente da unidade descrita no Novo Testamento:

"…há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Efésios 4:4-6).

Muitos, hoje em dia, lamentam a divisão entre os crentes e o desejo deles é que tal não existisse. Eles desejam a união de todas as grandes denominações e estão trabalhando diligentemente para esse fim. Mas admitem que, até que isto seja conseguido, não há nada que um indivíduo possa fazer a não ser juntar-se a uma das divisões existentes e manter um espírito bondoso e tolerante. Nada no ensinamento ou na prática de Jesus apóia esta concepção de unidade.

Jesus não se encarregou de convocar uma conferência ecumênica designada a efetuar uma fusão dos fariseus, saduceus e essênios numa super-seita. Nem orou para que seus discípulos pudessem unir-se numa super-denominação. Ele orou, antes, para que os crentes individuais se unissem nele e no Pai. Seu ensinamento foi designado para trazer indivíduos de doutrinas e tradições dos homens para a simples palavra de Deus. Através de seu ensinamento e exemplo, ele absolutamente pode ser para nós o caminho para sairmos da confusão religiosa.

A Igreja do Senhor

Jesus prometeu construir sua própria igreja. Ele disse:

"…sobre esta pedra edificarei a minha igreja…" (Mateus 16:18).

Ele prometeu construir só uma igreja e ela seria dele. A rocha sobre a qual ela tinha que ser edificada não era Pedro, mas a verdade que Pedro confessou: "Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo" (1 Coríntios 3:11).

A palavra igreja significa "convocado". Pregando o evangelho no dia de Pentecostes, Pedro e os outros apóstolos "convocaram" aqueles que creram em Jesus.

"Ouvindo eles estas cousas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2:37-38).

"Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas" (Atos 2:41).

Este foi o começo da igreja. Ela era composta por todos os que foram salvos por Jesus Cristo e continuou a crescer na medida em que outros eram salvos: "…acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos" (Atos 2:47).

Grupos destas pessoas salvas encontravam-se em várias cidades e cada grupo era uma igreja. Ainda que unidos em Cristo, eles eram independentes de qualquer associação ou federação humana. Cristo os dirigia através de seus apóstolos inspirados, ensinando-lhes como deveriam adorar e trabalhar juntos.

Para Evitar a Divisão, Seguir a Jesus

Se obedecermos às mesmas instruções que Pedro deu no Pentecostes, arrependendo-nos de nossos pecados e sendo batizados em nome de Jesus Cristo, nós também seremos salvos. Quando formos salvos, o Senhor nos acrescentará à sua igreja, como acrescentou aqueles cristãos. Eles não se ligaram a nenhuma outra organização religiosa; nem devemos nós nos ligar também. Em Cristo somos unidos com todos os outros que estão nele. 

Assim entrando na igreja do Senhor, teremos que estudar cuidadosamente a descrição dessa igreja no Novo Testamento. Isto é encontrado no livro de Atos e nas cartas que se seguem a ele. Desde que os apóstolos foram guiados pelo Espírito Santo, podemos ficar certos de que as igrejas sob sua instrução eram exatamente o que Jesus queria que fossem. Se imitarmos essas igrejas primitivas, o Senhor se agradará de nós.

Imitar uma igreja do Novo Testamento talvez não seria tão difícil como se possa imaginar. Talvez você encontre um grupo independente de cristãos, seguindo o padrão do Novo Testamento, já fazendo reuniões em sua cidade. Se não, apenas dois ou três que tenham o mesmo propósito podem encontrar-se e adorar juntos de modo aceitável. Nenhum grande edifício de igreja faz-se necessário (havia igrejas no primeiro século que se reuniam nas casas S Romanos 16:5; 1 Coríntios 16:19). Nenhum sacerdócio ordenado por homens é necessário, desde que todos os cristãos são sacerdotes (1 Pedro 2:5). Nenhum alvará de nenhuma organização é necessário, porque a única afiliação é com o corpo de Cristo. Jesus disse: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mateus 18:20).

- por Sewell Hall


O Modelo de Jesus para Sua Igreja

Por que há tantas igrejas? Qual é a certa, ou são todas certas? Devo participar de uma igreja para agradar a Deus? Por causa da desnorteante quantidade de opções no mundo religioso, mais e mais pessoas estão fazendo perguntas como estas.

Para responder, vamos voltar a examinar o Novo Testamento. Por enquanto, esqueça o que você sabe a respeito de religião e considere, de novo, o padrão do evangelho pregado por Cristo e seus apóstolos.

Durante sua vida na terra, Jesus escolheu 12 homens, chamados apóstolos, para revelar e espalhar a mensagem depois de sua ascensão. Começando em Atos 2, estes homens pregaram e ensinaram o evangelho em Jerusalém. Logo, outros seguidores de Cristo estavam indo de lugar a lugar, ensinando a mesma mensagem. Olhemos para a cidade de Antioquia da Síria como um modelo do que aconteceu quando pessoas receberam o evangelho lá (Atos 11:19-26). Vários cristãos foram a Antioquia. Eles pregaram o evangelho do Senhor Jesus (v. 20). Muitos foram convertidos ao Senhor (v. 21). Os novos convertidos foram exortados a permanecer no Senhor (v. 23). Como resultado, muitas pessoas foram unidas ao Senhor (v. 24). O que é ressaltado em tudo isto é, claramente, o Senhor: Pregando o Senhor, conversão ao Senhor e lealdade ao Senhor. A próxima coisa que lemos no texto é a igreja se reunindo. Evidentemente, aqueles convertidos ao Senhor reuniam-se e trabalhavam como uma igreja (congregação). Esta igreja logo recolheu dinheiro para mandr aos irmãos pobres em outra cidade (Atos 11:27-30). Mais tarde, a igreja mandou dois de seus cinco profetas e mestres para espalhar o evangelho em outras áreas (Atos 13-14). Estes dois, Barnabé e Paulo, pregaram a Jesus em muitas outras cidades e logo, nelas também, havia igrejas (Atos 14:23). Enquanto Paulo e Barnabé, alegremente, relataram à igreja de Antioquia sobre o trabalho do Senhor durante a viagem (Atos 14:27), não há nenhuma indicação de que a igreja de Antioquia exercesse qualquer controle sobre as outras igrejas. Antes, presbíteros (também chamados bispos e pastores, na Bíblia) foram escolhidos dentro de cada uma destas congregações para supervisionarem-na (Atos 14:23). Nunca, na Bíblia, os presbíteros foram autorizados a supervisionar outra congregação além da qual foram eles selecionados (Atos 20:28; 1 Pedro 5:1-3).

Como é típico na história dos homens, algumas mudanças entraram gradativamente e desviaram os Cristãos deste modelo original. Pouco a pouco, o desenvolvimento de uma organização foi se extendendo acima das igrejas. Grupos de homens e igrejas mais importantes começaram a controlar as outras igrejas. As igrejas começaram a se tornar parte de uma hierarquia. A lealdade a Cristo foi substituída pela lealdade à "igreja". Uma extrema reação contra este erro levou a um outro abuso do plano de Deus. Alguns decidiram que não era necessário fazer parte de qualquer congregação e tentaram servir a Deus sozinhos, sem adoração ou trabalho com outros cristãos. Como podemos servir a Deus em um mundo cheio de tais desvios de sua vontade?

Voltemos
Que os homens pudessem apartar-se do padrão de Deus, não é surpresa. Repetidamente, no Velho Testamento, o povo se extraviou de sua  palavra. Em cada ocasião, profetas de Deus como Isaías (44:22; 55:6-7), Jeremias (3:12-14; 6:16; 35:15), Ezequiel (14:6; 18:30-32) e Joel (2:12-13) chamaram o povo de volta ao plano original de Deus. Cada vez que os israelitas se desviavam do padrão, homens devotos conduziam a nação a abandonar as alterações e retornar à vontade revelada por Deus. Davi (1 Crônicas 13), Ezequias (2 Crônicas 29-31), Josias (2 Reis 22-23), Esdras (9-10) e Neemias (8-10,13), todos ajudaram o povo a voltar ao plano original de Deus. Todas as vezes, a meta foi uma imitação completa do padrão revelado.

A solução para o mundo religioso, que nestes dias está por demais extraviado da vontade de Jesus Cristo, é voltar ao padrão da Bíblia. Jesus chamou a palavra de Deus de "a semente" (Lucas 8:11). Uma das qualidades interessantes da semente é que a planta que dela resulta, quando é plantada, é sempre a mesma, não importa quando ou onde ela é semeada. Se plantarmos hoje a semente pura (a palavra de Deus), conseguiremos o mesmo efeito que a palavra produziu no primeiro século. Quando o resultado for grupos religiosos e organizações, desconhecidos no Novo Testamento, a causa é que foram semeados outros ensinamentos, além do puro evangelho.

Imagine que você e eu sejamos abandonados numa ilha desabitada. Não temos nenhum conhecimento de religião. Um dia, uma Bíblia chega na praia e começamos a lê-la, estudá-la e decidimos seguir o que ela ensina. Sem qualquer conhecimento de religião, apenas com a pura semente do evangelho plantada em nossos corações, o que faríamos? Decidiríamos seguir a Jesus em nossa vida, submetendo-nos a seu ensinamento. Reunir-nos-íamos como uma congregação para adorar e servir ao Senhor. Talvez decidíssemos ir a outros lugares para ensinar pessoas a seguirem a Jesus. Mas que tipo de igreja decidiríamos tornar-nos? Esta questão jamais passaria pela nossa mente. Sem conhecimento das modificações humanas, jamais pensaríamos em ser qualquer outra coisa que não fosse uma igreja de Jesus Cristo, servindo-o independentemente e seguindo seu ensinamento. Para nós, que bem sabemos das modificações que os homens têm feito no evangelho, nosso alvo deve ser igual: servir ao Senhor exatamente do mesmo modo que as Escrituras ensinam, se seguir os erros de outros.

Princípios Básicos
Mantenha a ênfase em Cristo. Em nossa sociedade, a lealdade às igrejas toma o lugar da lealdade a Cristo. Algumas pessoas colocam a  igreja acima de Jesus Cristo e servem a igreja acima de tudo. Estas pessoas pensam sobre seu serviço a Deus em termos de encontrar a igreja, juntar-se à igreja, e permanecer fiéis à igreja. Apostasia, para eles, é deixar a igreja. Em termos bíblicos, a igreja é simplesmente aqueles que estão seguindo a Jesus, a família de Deus. Nosso foco, ênfase, e lealdade são para com Cristo. Outras pessoas colocam a igreja entre Cristo e o homem, pensando nela como uma instituição através da qual Deus fala ao homem e o homem a Deus. Mas Cristo é o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5). Eu não procuro Deus através da igreja; a igreja é o povo que está procurando seguir a Deus. É Cristo quem deve dominar nossas vidas, não a igreja.

Veja o lugar da igreja (congregação) no plano de Deus. Deus planejou que os cristãos haveriam de servi-lo com outros cristãos, como uma parte de um grupo de discípulos. Ele esperou que as igrejas se reunissem para adorar, juntar seus recursos para trabalhar, procurar homens qualificados para ensinar, e encorajar uns aos outros à fidelidade (Atos 2:42-47; 4:32-37; 11:26-30; 14:23; 20:7; 1 Coríntios 16:1-2; Hebreus 10:24-25; etc.). Eu sou parte de uma igreja porque Cristo ordenou. Tentar ser um cristão sozinho, sem fazer parte de uma congregação, é ignorar as instruções de quase todos os livros, desde Atos até Apocalipse, os quais foram escritos para as igrejas, ou para dar instruções sobre a determinação de Deus para as igrejas. Não podemos colocar a igreja no lugar de Cristo como Senhor. Mas, antes, em obediência a Cristo, submetermo-nos ao plano que ele revelou a respeito das atividades dos cristãos.

Evite pensamentos errados. O conceito de uma estrutura hierárquica entre igrejas, penetra de tal maneira em nossa sociedade que é difícil evitarmos. A Bíblia não ensina o conceito de uma igreja sendo parte de um grupo de igrejas. Assim como não devemos pensar que a igreja seja a mediadora entre o homem e Deus, não devemos pensar em alguma organização como mediadora entre a congregação e Deus. Cada igreja, que segue a Cristo, vai segui-lo diretamente, sem lealdade a qualquer grupo ou rede de igrejas.

Faça parte de uma igreja que segue o padrão da Bíblia. Já no tempo em que João escreveu o livro do Apocalipse, algumas igrejas estavam se extraviando do padrão (Apocalipse 2-3). Visto que eu não posso participar, nem encorajar práticas fora das Escrituras (Efésios 5:11; 2 Coríntios 6:14-7:1; 2 João 9-11), eu também não posso fazer parte de uma igreja que não é fiel à palavra de Deus. Graças a Deus, temos, ainda, a semente pura. É possível a uma igreja seguir a palavra de Deus e voltar ao caminho de Deus, como os israelitas fizeram em muitas ocasiões. É ainda possível para indivíduos se reunirem e começarem uma igreja conforme a vontade de Deus. Os apelos e exemplos de muitos homens de Deus foram relatados na Bíblia, para nos ensinar e nos motivar a seguir o caminho de volta ao padrão do Senhor.

Voltemos e sirvamos a Deus exatamente como os cristãos o fizeram no primeiro século.

- por Gary Fisher


Restaurando as
Igrejas do Novo Testamento


Tem havido muitos esforços de "restauração" desde que os apóstolos saíram pregando. Estes esforços surgiram mais freqüentemente quando as pessoas perceberam que as igrejas que declaravam ligação com Cristo tinham se deixado levar para longe dos ensinamentos dele. Elas foram vistas como tendo cessado de ser o que o evangelho exigia delas e, ainda que permanecessem de portas abertas no mesmo ponto, a "mercadoria" tinha sido radicalmente alterada.

A presença do Novo Testamento no mundo tem continuado como uma lembrança perturbadora de como se esperava que as coisas fossem "no começo" e como deveriam ser ainda. Por isso, sempre e onde quer que a Bíblia comece a ser levada a sério entre os cristãos nominais, pode-se esperar que alguém diga, com preocupação: "Deixamo-nos levar para longe do Senhor e é necessário que retornemos à sua palavra."

A idéia da restauração não é estranha à Bíblia. Ela presume duas coisas:  Œ que há um padrão imutável pelo qual espera-se que o povo de Deus opere e  que um afastamento desse padrão exige arrependimento e retorno.

Jeová deu um modelo de vida e de adoração a Israel no Monte Sinai. O projeto para a "tenda da congregação" foi minuciosamente pormenorizado e esperava-se que não houvesse desvio dele, uma vez que era uma expressão da sabedoria de Deus (Êxodo 25:9; 40:16). Exatamente assim, de modo cuidadoso e fiel, o Senhor queria que seus estatutos fossem guardados. Ele queria um povo que O amasse absolutamente (Deuteronômio 6:4-5) e manifestasse esse amor guardando todos os seus mandamentos sempre (5:29) sem alteração (4:2) e sem desvio (5:32). Estes mandamentos envolviam pureza moral e justiça, e também a adoração e o arranjo de seu povo para essa adoração. Os israelitas foram punidos por causa da imoralidade (Números 25) e por causa dos desvios das ordenanças referentes à adoração e ordem (Números 15:32-36;  Levítico 10:1-2; Números 16).

A história de Israel é uma história de contínuos afastamentos da lei de Deus (Atos 7:51-53) e de apelos semelhantes repetidos por profetas de Deus para que retornassem (Jeremias 3:22;  6:16). Quando o povo era restaurado na fidelidade, era sempre o resultado de seu redescobrimento da palavra de Deus e uma reaplicação de seus princípios às suas vidas. Assim, foi nos dias do Rei Josias de Judá (2 Reis 22,23). Naturalmente, com muita freqüência, os apelos dos profetas eram rejeitados pela maioria, mas sempre havia um restante que respondia (Romanos 9:27). Comentando sobre estes eventos, o apóstolo Paulo diz: "Estas cousas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado" (1 Coríntios 10:11).

Nesta última era da história humana, Deus nos deu, não por profetas mas por seu próprio Filho, um modelo da verdade que é calculado não somente para redimir as almas dos homens perdidos, mas para governar sua vida e serviço, como seu povo. Não era por acidente que os discípulos do Senhor se reuniam em congregações locais chamadas igrejas (1 Coríntios 11:16;  Romanos 16:16) ou que elas eram semelhantes em suas formas de adoração e organização (Hebreus 10:24-25; Atos 20:7; 1 Coríntios 16:1-2;  Atos 2:42; Efésios 5:19). O Salvador tinha entregue toda a verdade aos apóstolos (João 16:13); os apóstolos tinham-na ensinado (Atos 20:26-27) e a igreja tinha-a seguido (2:42). Os apóstolos não variavam seus ensinamentos de acordo com suas tendências ou os desejos de seus ouvintes mas, guiados pelo Espírito Santo, ensinavam a mesma coisa "por toda parte,…em todas as igrejas" (1 Coríntios 4:17;7:17). Paulo fala da forma ou modelo deste ensinamento (Romanos 6:17) e insiste com Timóteo para que mantenha "o padrão das sãs palavras que de mim ouviste" (2 Timóteo 1:13) e as confie a outros homens fiéis (2:2). Quando homens ou igrejas se desviaram desse modelo, foram reprovadas e chamadas ao arrependimento (Apocalipse 2:1-5,14-16; 3:1-3).

Pedro nos assegura que a palavra do evangelho que eles pregavam permaneceria para sempre verdadeira (1 Pedro 1:25). É por esta razão que procuramos restaurar as igrejas concordando com o padrão do Novo Testamento no século vinte,  sendo nós mesmos restaurados no caminho do Senhor e convidando outros a fazerem o mesmo. Mesmo que muitos não estejam fazendo isso, não será fracasso para aqueles que estão fazendo. Ainda que eles sejam apenas um restante, o Senhor sempre terá seu povo (Romanos 11:5).

- por Paul Earnhart


O Que é a Igreja?

Igreja. Vemos esta palavra por toda a parte. Algumas pessoas usam "igreja" para descrever um belo edifício no centro de uma praça proeminente. Outros a usam para descrever uma organização religiosa mundial, completa com regiões, distritos e dioceses. As definições confusas de igreja, em nosso tempo, muitas vezes vedam o significado original desta palavra quando aplicada, no Novo Testamento, ao povo de Deus. Neste artigo, examinaremos brevemente o significado de "igreja" na Bíblia.

Igreja: O que significa?

Igreja é um edifício construído com blocos e cimento? Não. É um edifício construído com pedras vivas. "Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo"(1 Pedro 2:5). Estas pedras vivas são chamadas santos e são membros da família de Deus: "Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito" (Efésios 2:19-22).

A palavra grega traduzida como "igreja" significa, literalmente, "chamado para fora" e assim refere-se a um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado no mundo e servirem ao Senhor. A igreja não é nenhum tipo de instituição ou objeto impessoal. É um corpo constituído de componentes vivos. Como um organismo vivo, a igreja pode sentir medo (Atos 5:11), pode orar (Atos 12:5) e pode falar (Mateus 18:17). Pessoas que são chamadas para saírem do pecado não continuam participando do mal no mundo, porque elas estão santificadas ou separadas do pecado (estude João 17:14-23; Colossenses 1:13; 1 Pedro 2:9; 1 João 4:5-6). Deus chama o povo para deixar o mal deste mundo através da mensagem do evangelho (2 Tessalonicenses 2:13-14). Aqueles que são convertidos verdadeiramente a Cristo são chamados santos (1 Coríntios 1:2;  Colossenses 1:1-2).

Entender o conceito bíblico de igreja como um corpo de pessoas chamadas para fora do pecado, para serem santos, ajuda-nos a apreciar a riqueza da descrição de Paulo da "Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue" (Atos 20:28). Jesus não morreu para comprar terra e edifícios, nem para estabelecer alguma instituição. Ele morreu para comprar as almas dos homens e mulheres que estavam mortos no pecado, mas que agora têm salvação e esperança de vida eterna (Romanos 5:8;  1 Coríntios 6:19-20).

A Igreja Universal e a Igreja Local

Algumas vezes a Bíblia usa a palavra "igreja" no sentido universal, isto é, para falar de todo o povo que pertence a Cristo, não importa de onde ele possa ser. Jesus falou da igreja deste modo: "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18). Ele não está falando apenas de uma congregação local, nem está falando de uma organização ou instituição mundial. Ele está falando de pessoas, pedras vivas, construídas sobre Jesus Cristo, a fundação sólida. Paulo falou da igreja, neste mesmo sentido universal, quando escreveu: "...Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo" (Efésios 5:23). Jesus é o cabeça sobre todos aqueles que o servem, todos aqueles lavados e purificados de seus pecados (Efésios 5:26).

Freqüentemente, a palavra "igreja" é usada para descrever uma congregação local ou assembléia de santos. Note uns poucos exemplos: "…à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos…" (1 Coríntios 1:2); "E, se ele não os atender, dize-o à igreja;  e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano" (Mateus 18:17); "...saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles." (Romanos 16:5). Igrejas locais são o resultado da pregação do evangelho. Quando as pessoas obedecem a palavra e se tornam cristãs, elas começam a reunir-se com outros irmãos na fé.

A Igreja: Organismo, não Organização

A igreja é uma organização? Muitas pessoas têm a noção errada de que a igreja é uma organização ou instituição, independente do povo que  compõe a igreja. Este não é o conceito bíblico de igreja. Jesus não morreu para estabelecer uma instituição, mas para salvar o povo do pecado (Atos 20:28;  1 Coríntios 6:20). Jesus e o Pai não habitam numa organização, mas no povo que os obedece (João 14:15, 23).

Em vez de falar de uma organização, a Bíblia descreve a igreja como um corpo composto de membros vivos (Romanos 12:4-5;  1 Coríntios 12:12-27;  Colossenses 1:8, 24; Efésios 5:23). Estes membros do corpo são "blocos" ou "pedras" usados na construção da igreja (1 Coríntios 3:10-15).

Muitas pessoas sugerem que a "igreja universal" é constituída de todas as congregações locais no mundo. Isto não é um conceito bíblico. Uma igreja local consiste de cristãos que se reúnem num determinado lugar. Eles podem ser identificados e contados (Romanos 16:14, 15;  1 Coríntios 16:19;  Colossenses 4:15). A igreja universal consiste de todos os discípulos de Cristo em todo o mundo. Nenhum homem é capaz de identificar e contar todos os membros deste corpo universal. Tentativas de contar todos os verdadeiros cristãos em uma nação ou no mundo ilustram a ignorância e a vaidade dos homens. Somente Deus pode contar e identificar seus "primogênitos arrolados nos céus"  (Hebreus 12:23).

Descrições Bíblicas da
Igreja que Pertence a Jesus

A Bíblia não usa um nome exclusivo para a igreja. É errado, portanto,  insistirmos num único nome que todas as igrejas fiéis tenham que usar.  Muitas passagens falam simplesmente da igreja, algumas vezes identificando o local (cidade ou casa) onde o grupo de cristãos se reunia. Portanto, podemos nos referir à igreja simplesmente como "a igreja" (Atos 8:1;  9:31; Romanos 16:1).

Freqüentemente, as descrições da igreja no Novo Testamento mostram a relação que existe entre o Senhor e sua igreja. A igreja pertence a Deus, e é, muitas vezes, chamada "a Igreja de Deus" (veja Atos 20:28; 1 Coríntios 1:2; 10:32; Gálatas 1:13; 1 Timóteo 3:5,15). Jesus derramou seu sangue para comprar a igreja. Portanto, Paulo falou de "igrejas de Cristo" (Romanos 16:16) e Jesus falou de sua própria igreja (Mateus 16:18). O povo de Deus pode ser corretamente descrito como a "igreja dos primogênitos arrolados nos céus" (Hebreus 12:23).

Consideremos o significado de descrições bíblicas comuns da igreja.

O Corpo de Cristo (Colossenses 1:24;  Efésios 1:22-23;  4:12). Assim como o corpo humano não pode sobreviver separado da cabeça, não podemos viver sem nosso cabeça, Jesus Cristo (Efésios 5:23;  Colossenses 1:18). Discípulos de Jesus são membros do corpo (Romanos 12:4-5; 1 Coríntios 12:12-27; Efésios 3:6; 4:16; 5:30).

O Reino de Deus ou Reino dos Céus (Mateus 3:2; 4:17;  Lucas 4:43;  Atos 8:12; 19:8; 20:25; 28:23,31). A idéia de reino ressalta a posição de autoridade do rei (veja 1 Coríntios 4:20;  Hebreus 1:8;  12:28-29;  Mateus 28:18-20;  Apocalipse 12:10). O reino de Cristo não é deste mundo (João 18:36). Em vez de ser uma entidade política e mundana, a igreja é um reino espiritual assentado no caráter santo de Deus. Podemos entrar no reino somente quando formos transformados espiritualmente (Colossenses 1:13). Como servos do Rei, temos que desenvolver as características espirituais de nosso Senhor (Tiago 2:5), incluindo sua humildade, inocência (Marcos 10:14-15) e santidade (1 Coríntios 6:9-10;  Gálatas 5:19-21).

A Casa de Deus (1 Timóteo 3:15) não é um edifício material, mas o santuário e a habitação do Senhor (Efésios 2:21-22). É um edifício espiritual (1 Pedro 2:5).

O Rebanho de Deus (Atos 20:28). Jesus é o bom pastor que deu sua vida pelas ovelhas (João 10:11). As ovelhas ouvem sua voz e o seguem para receber a vida eterna (João 10:27-28).

Nomes Humanos Causam Divisão

A divisão religiosa em nossa sociedade é vergonhosa. Muitas pessoas estão confusas num mundo com muitos nomes diferentes de igrejas. Alguns  destes nomes honram certos homens, enquanto outros ressaltam pontos doutrinários específicos.

A unidade dos salvos é baseada no nome e na doutrina de Cristo. Devemos fazer tudo pela autoridade de Jesus ou em seu nome (Colossenses 3:17). "Não há salvação em nenhum outro...nome..." (Atos 4:12). Esta unidade é possível somente quando falamos e pensamos a mesma coisa, que é a doutrina de Cristo (1 Coríntios 1:10). Quando os homens começam a seguir outros homens, perdem a unidade com Cristo e seu povo (1 Coríntios 1:11-13). Divisões e contendas acontecem na igreja, em parte, porque algumas pessoas se identificam somente com nomes humanos. Paulo argumentou que devemos identificar-nos somente com o Senhor que servimos. Jesus foi crucificado por nós e somos batizados em seu nome. Jesus, e não homens, merece nossa dedicação e honra. Os verdadeiros seguidores de Deus fazem parte da igreja que pertence a Jesus.

- por Dennis Allan


O Que é uma Igreja Local?

A expressão "igreja local" não é encontrada nas Escrituras mas veio a ter largo uso de modo a distinguir os diferentes significados da palavra igreja (do grego, ekklesia) como aparece no Novo Testamento.

Os escritores do Novo Testamento tomaram uma palavra usada no mundo grego para descrever um ajuntamento de cidadãos convocados a se reunirem para fazer o negócio do Estado e aplicada a pessoas convocadas por Deus para fazerem o negócio do céu. A idéia de um povo "convocado" ou "chamado para fora" servia perfeitamente ao conceito bíblico de um povo a quem Deus "chamou das trevas, para a sua maravilhosa luz" (1 Pedro 2:9).

O uso mais adequado da palavra igreja em nossa Bíblia tem referência com todos os que responderam ao chamado do evangelho (2 Tessalonicenses 2:14) e entraram numa nova relação com Deus. O movimento que eles fizeram não é espacial, mas espiritual. Eles, pela fé, deixaram o mundo de valores tenebrosos e vieram para a luz do Filho de Deus (Colossenses 1:13). É neste sentido que Jesus fala da igreja em Mateus 16:18 e também Paulo em Atos 20:28 e Efésios 5:25.

É muito importante entender que o chamado de Deus é um chamado individual e pessoal. O povo chamado pode ser "de toda tribo, língua, povo e nação" (Apocalipse 5:9)  mas não vem a Cristo em grupos. A escolha de deixar as trevas e caminhar na luz é muito pessoal. Temos que chegar ao Senhor individualmente. Não há ninguém mais que seja parte do pacto que fazemos com ele. Se nenhuma outra alma na terra reconhecer Jesus Cristo como Senhor, nosso compromisso com ele permanece o mesmo.

Isto então é onde a igreja de Deus (o povo convocado que pertence a Deus) começa, com o compromisso pessoal de indivíduos por toda a parte que respondem em fé ao chamado de Deus no evangelho (Efésios 1:13). Assim, eles foram chamados no Pentecostes, quando o evangelho foi pregado inicialmente, um por um, arrependendo-se de seus pecados e sendo batizados em nome de Jesus para a remissão dos mesmos (Atos 2:38,41). E assim sempre foi, desde então, um por um, comprometendo-se com Cristo e sendo chamados "cristãos" segundo aquele que é o centro de suas vidas (Atos 11:20-26).

Esta grande família de todo o povo de Deus nunca está destinada nesta vida a ser reunida em um lugar ou a conhecer uns aos outros como um todo, mas todos foram "batizados em um corpo" (1 Coríntios 12:13). Eles são a "universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus" (Hebreus 12:22-23). Para este corpo universal de crentes não há sede terrestre (Colossenses 1:18) para arrastá-los para entidades nacionais ou internacionais para que possam funcionar como uma unidade. No entanto, eles eram e são filhos do mesmo Pai, irmãos e irmãs em Cristo.

Quase tudo que fazemos no serviço do Senhor será feito como discípulos individuais na busca da vida diária, onde cumprimos nossas obrigações para com nossas famílias (Efésios 5:22 - 6:4), para com nossos empregadores (6:6-9), para com o governo (1 Pedro 2:13-17), para com nossos inimigos (Mateus 5:43-48;  Romanos 12:17-21), para com os pobres (Efésios 4:28; Tiago 1:27) e especialmente para com os homens e mulheres ainda perdidos (Mateus 28:19-20; Atos 8:4). Tudo isto será liberalmente "aspergido" com oração particular (Filipenses 4:6-7), estudo bíblico (Colossenses 3:16), e, em determinada ocasião, cânticos espirituais (Tiago 5:13).

Contudo, vitais como os deveres individuais em Cristo são, há algumas coisas que o Senhor espera que seu povo cumpra junto com outros cristãos. É este "junto", ou trabalho de equipe, que se expressa nas igrejas locais S grupos de discípulos que funcionam juntos em lugares particulares (1 Coríntios 1:2;  11:16;  Romanos 16:16;  1 Tessalonicenses 1:1; Apocalipse 1:4). Diferente do corpo universal de crentes que não tem organização, estas igrejas locais são organizadas para o propósito de ação coletiva. Elas são associações voluntárias de discípulos formadas por acordo mútuo (Atos 9:26-28) que têm uma direção comum (Atos 14:23; 20:28), um tesouro comum (1 Coríntios 16:1-2;  Atos 4:34-35) e trabalho divinamente ordenado para fazer (Atos 2:42;  20:7;  Hebreus 10:24-25;  Efésios 5:19;  Atos 4:34-38;  1 Coríntios 16:1-2;  Filipenses 4:15-16). Estas assembléias locais têm obra importante a cumprir na educação dos novos discípulos para uma espiritualidade madura e serviço frutífero (Efésios 4:11-13), mas nunca foram pensadas para serem o instrumento coordenador pelo qual todos, ou a maioria dos deveres do povo de Deus, são atendidos. Paulo adverte Timóteo contra este conceito errado quando se tratasse do problema das viúvas necessiadas entre os santos: "Se alguma crente tem viúvas em sua família, socorra-as, e não fique sobrecarregada a igreja, para que esta possa socorrer as que são verdadeiramente viúvas" (1 Timóteo 5:16). É uma das tristezas de nosso tempo que igrejas locais tenham se tornado centros políticos, sociais e recreativos e, por isso, despojadas de seu poder para trazer força espiritual e para educar os santos.

Mas como distinguirmos entre a obra das igrejas locais e a obra dos cristãos individuais? Isto não é difícil quando procuramos indicação clara nas Escrituras para que a obra a ser feita seja feita coletivamente. Como membros do grande corpo dos redimidos, glorificamos a Deus em tudo o que fazemos como discípulos individuais (Efésios 3:21) e no trabalho que fazemos juntos nas igrejas locais.

- por Paul Earnhart


Junto com Cristo e Seus Seguidores:
Como Fazer Parte da Igreja do Senhor


Rebanho. Corpo. Igreja. Estas e outras palavras usadas na Bíblia para descrever o povo de Deus são termos coletivos. Um rebanho é um grupo de ovelhas. Um corpo é uma junção de membros: braços, pernas, olhos, ouvidos, etc. Uma igreja é uma assembléia de pessoas. Pelas próprias palavras que Deus usa para descrever seu povo, ele mostra que as pessoas não estão sozinhas. O Novo Testamento freqüentemente se refere à igreja do Senhor, seja no indicando um conjunto universal de todas as pessoas que pertencem a Deus (veja Hebreus 12:22-23), ou indicando um grupo funcional de discípulos, num determinado local (veja Coríntios 1:1-2). Enquanto a Bíblia fala freqüentemente de nossas responsabilidades em obedecer a Deus, não podemos descrever a vida e serviço de um cristão sem ver sua relação com outros discípulos. Como posso fazer parte da igreja do Senhor?

Membros do Corpo de Cristo

Paulo fala da exaltada posição de Cristo, como cabeça do corpo que é a igreja (Colossenses 1:17-18). Na mesma carta, ele adverte contra o perigo de se tornar desligado da cabeça: "... e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus" (Colossenses 2:19). Os membros do corpo de Cristo estão sujeitos ao cabeça (Efésios 5:23, 24,30).

Como os membros do corpo se tornam ligados uns aos outros e a Cristo? Aqueles que demonstram sua fé obediente no arrependimento e no batismo entram em comunhão com Cristo. "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados..." (Atos 2:38). "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;  porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes ... porque todos vós sois um em Cristo Jesus." (Gálatas 3:26-28). Deus continua a fazer como fez quando os apóstolos começaram a pregar o evangelho: "Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos." (Atos 2:47). Quando nos submetemos verdadeiramente a Cristo em obediência ao evangelho, ele nos acrescenta ao seu corpo espiritual, que é a igreja.

Quando pertencemos a Cristo, gozamos de privilégios especiais. O Pai, o Filho e o Espírito Santo habitam em nós (João 14:23;  1 Coríntios 6:19-20;  Mateus 28:18-20). Esta é uma relação especial, que é impossível quando estamos em pecado. No Velho Testamento, Deus recusava habitar com os israelitas quando eles abandonavam sua palavra (Êxodo 33:3;  Ezequiel 8:6;  9:9; 10:18). Hoje, ele habita com aqueles que estão apartados do pecado (2 Coríntios 6:16 - 7:1), e recusa permanecer com aqueles que não respeitam sua palavra (2 João 1:5-10;  2:3-6).

Discípulos Servindo Juntos numa Igreja Local

Já observamos que aqueles que obedecem ao Senhor e entram em comunhão com Cristo são membros de seu corpo. A Bíblia também mostra que aqueles seguidores têm que cooperar com outros cristãos numa igreja local. Consideremos alguns exemplos do que o Novo Testamento ensina sobre nossa relação com outros numa igreja local.

Temos que nos reunir com outros seguidores de Cristo. Hebreus 10:24-25 diz: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima." Estes versículos mostram que a reunião é necessária para nosso crescimento espiritual e para a edificação de outros.

Exemplos do crescimento das igrejas locais no livro de Atos destaca a sabedoria do plano perfeito de Deus. Aqueles que foram chamados para deixar as práticas pecaminosas do mundo associaram-se para servir ao Senhor e fortalecer uns aos outros. Os primeiros cristãos "... perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações." "Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum." "Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam  as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus ..." (Atos 2:42-47). Estes cristãos primitivos oravam juntos (Atos 4:23-31). Eles compartilhavam seus bens materiais para ajudar os pobres entre eles ( Atos 4:32-37). Eles cantavam para adorar a Deus e para edificarem uns aos outros (Colossenses 3:16;  Efésios 5:19). Discípulos numa igreja local juntaram-se para discutirem seu trabalho (Atos 6:1-7;  15:22) e para participar da ceia do Senhor (Atos 20:7). Nestas ocasiões, pregavam o evangelho para edificação dos irmãos (Atos 20:7) e davam voluntariamente de sua prosperidade financeira para cumprir a obra de Deus atribuída a eles (1 Coríntios 16:1-2;  2 Coríntios 9:6-7).

Quando o evangelho se espalhou e mais pessoas obedeceram a Jesus, tais igrejas locais começaram a adorar e a trabalhar em conjunto para o Senhor em muitos lugares. Lemos na Bíblia sobre igrejas em Jerusalém, Samaria, Antioquia, Corinto, Éfeso, Filipos, etc. Conforme cresciam, estas congregações escolhiam presbíteros para guiá-las e diáconos para auxiliá-las (Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5-9; 1 Timóteo 3:1-13). Evangelistas ajudavam na edificação dos discípulos (2 Timóteo 4:1-5; Tito 1:5; Efésios 4:11-12). Esperava-se que cada pessoa fizesse sua parte para ajudar outras a crescerem (Efésios 4:15-16).

Continuando em Comunhão com a Igreja Local

A relação entre os cristãos é baseada na fidelidade de cada um a Deus (1 João 1:5-10). Uma pessoa pode perder esta comunhão ao retornar ao  pecado. Simão tropeçou logo depois de sua conversão, mas arrependeu-se quando Pedro o repreendeu (Atos 8:18-24). Pessoas que retornam à Lei do Velho Testamento negam o valor do sacrifício de Cristo e decaem da graça (Gálatas 5:4). Pedro nos conta que um cristão que retorna ao pecado está em pior estado do que aquele que nunca conheceu Cristo (2 Pedro 2:21-22).

Quando outros cristãos vêem que um irmão caiu no pecado, eles devem tentar recuperá-lo (Gálatas 6:1; Tiago 5:19-20). Se ele recusar a se arrepender, pode ser rejeitado pela igreja (Mateus 18:15-18; 1 Coríntios 5:1-13; 2 Tessalonicenses 3:6-15). Quando seguimos estes princípios revelados por Deus, as igrejas locais serão grupos de pessoas verdadeiramente santificadas do pecado e dedicadas ao Senhor. Para glorificar a Deus, precisamos construir sobre o fundamento que ele escolheu de acordo com o plano que ele revelou (1 Coríntios 3:10-11).

Evitando Erros Comuns

A falta de entendimento destes princípios bíblicos tem como resultado muitas idéias e práticas erradas. Considere alguns erros comuns:

Cristãos sem uma igreja. Muitas pessoas afirmam que mantêm sozinhas uma relação harmoniosa com Deus, e que não necessitam de servir numa igreja local para agradarem a Deus. Tal atitude reflete um desrespeito arrogante ao que a Bíblia ensina. Somos mandados a congregar-nos (Hebreus 10:24-25). Desobedecer este mandamento é pecar contra o Senhor.

Todas as igrejas são iguais. Algumas pessoas entendem que deveriam estar juntas com outras pessoas na igreja, mas dizem que não importa qual igreja. Elas toleram falsas doutrinas e práticas não autorizadas na Bíblia, pensando que Deus não as responsabilizará por tais erros. Mas isto não é o que as Escrituras ensinam. Paulo escreveu: "Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro" (1 Timóteo 5:22). Algumas vezes, uma pessoa defenderá sua participação numa igreja que pratica o erro comentando que "não há igreja perfeita".  Uma vez que a igreja é um conjunto de seres humanos imperfeitos, é óbvio que não encontraremos uma igreja perfeita em nenhum lugar da terra. Temos que edificar-nos uns aos outros para superarmos nossas faltas pessoais. Isto não significa, contudo, que podemos participar do pecado continuando numa igreja que ensine erro ou pratica, coletivamente, coisas que Deus não aprovou. "E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas;  antes, porém, reprovai-as" (Efésios 5:11).

Comunhão com pessoas não salvas. Muitas igrejas hoje em dia negligenciam o ensino da Bíblia sobre a salvação. A Bíblia mostra claramente a necessidade da fé e do arrependimento, seguidos pela imersão em água para remissão dos pecados (Marcos 16:6;  Atos 2:38;  22:16;  etc.). Uma pessoa que não tem obedecido estas instruções não está em ligação com Cristo, nem com os verdadeiros seguidores de Cristo. Não é possível a um cristão estar em comunhão com pessoas não salvas. Os verdadeiros discípulos de Cristo não permanecerão em igrejas que ensinem o erro em matéria de salvação.

Não é problema meu! A Bíblia diz: "Julgai todas as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22). Algumas pessoas ignoram esta responsabilidade pessoal dizendo que um pastor, ou outro "líder" da igreja, é o responsável pelo que a igreja faz. É verdade que os pastores prestarão contas (Hebreus 13:17) e que professores receberão "maior juízo" (Tiago 3:1). Mas Jesus também advertiu contra o perigo de seguir falsos professores: "Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco" (Mateus 15:14).

Conclusão

Se você verdadeiramente deseja servir a Cristo, você precisa primeiro certificar-se de que tem obedecido plenamente seus mandamentos para entrar em comunhão com ele. Então você precisa procurar servir junto com outros que seguem cuidadosamente sua palavra."E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" (Colossenses 3:17).

- por Dennis Allan


A Adoração na Igreja Local

Se você for um cristão, o Senhor o acrescentou a sua igreja (Atos 2:47). Todos os que foram salvos fazem parte desta igreja (Efésios 5:23). Mas esta é a igreja universal, e ela nunca se reúne para adoração. É possível reunir-nos para adoração numa igreja local. A sabedoria de Deus viu ser apropriado ordenar aos cristãos que "se juntassem" para o propósito de adorá-Lo (Atos 20:7; 1 Coríntios 14:23,26). Ele até nos adverte a não deixarmos de nos reunir (Hebreus 10:25).

O Objeto de Nossa Adoração

"Todas as vezes que os cristãos se congregam para adoração, precisamos perceber que ali estamos para adorar a Deus. Deus quer verdadeiros adoradores que queiram honrá-lo "em espírito e em verdade" (João 4:23-24). Não nos reunirmos para diversão. Ali estamos para louvar a Deus e edificarmo-nos uns aos outros. As atividades da adoração (que seguem abaixo) são importantes, mas nada é mais importante do que a atitude de nossos corações e mentes quando nos empenhamos nestas atividades. Precisamos ser cuidadosos para que nossos atos públicos de adoração não se tornem uma "exibição" que deprecia o louvor a Deus. Os homens não devem ser adorados, Deus sim.

As Atividades de Adoração

Que fazemos quando nos reunimos para adorar a Deus em uma igreja local? Só há duas possibilidades;  ou fazemos o que nós queremos ou o que Deus diz. Os verdadeiros cristãos farão somente o que Deus diz em sua palavra. Jesus advertiu sobre aqueles que adoram a Deus em vão, "ensinando doutrinas que são preceitos de homens" (Mateus 15:8-9). Queimamos incenso? Fazemos um festival de rock? Não, as atividades de adoração precisam consistir do que Deus quer; elas precisam ser modeladas de acordo com as atividades aprovadas das igrejas locais do Novo Testamento. O que eles faziam? Œ Eles cantavam (Colossenses 3:16; Efésios 5:19). Há somente dois tipos de música: vocal e instrumental. Deus especificou que a igreja deve cantar. Este é o único tipo de música dada no plano de Deus.  Eles oravam (Efésios 6:18; 1 Timóteo 2:1,8; Atos 2:42). Deus é honrado quando os homens elevam seus corações e suas vozes a ele em oração. E mais, o homem não pode receber maior bênção de seus irmãos do que a dádiva que recebe quando as orações coletivas da igreja local são enviadas para o céu (Atos 12:5; 2 Coríntios 1:11). Ž Eles ceavam (Atos 20:7; 1 Coríntios 11:17-34; 10:16). Os cristãos primitivos participavam da Ceia do Senhor em memória dele todo primeiro dia da semana.  Eles ouviam a palavra de Deus (Atos 20:7; 1 Coríntios 14:19). Ensinamento, leitura, e pregação da palavra de Deus aconteciam.  Eles contribuíam (1 Coríntios 16:1-2;  Atos 2:42). Esta era uma oferta voluntária da parte dos membros para que a obra do Senhor pudesse ser feita.

Estas eram as atividades de adoração nas igrejas locais do Novo Testamento. As Escrituras não revelam que eles praticassem mais nada. Sendo este o caso, não podemos praticar mais do que isto numa igreja local de hoje.

Onde Eu Adoro?

Os cristãos deverão desejar ter comunhão e adorar com igrejas fiéis. Não há igrejas locais perfeitas, mas há igrejas cuja direção e membros estão empenhados em seguir o modelo do Novo Testamento. Devo adorar com uma igreja como essa. Não posso conscientemente ser parte de uma "equipe" (igreja local) que viola o modelo de Deus para o trabalho e a adoração da igreja local. Alguns têm tentado fazer uma lista de igrejas fiéis. Posso apreciar a intenção de tal esforço, mas tenho algumas reservas quanto a isso. Primeiro, permanece o fato que nenhum homem ou grupo de homens pode preparar uma lista acurada;  segundo, elaborar uma lista de "igrejas aprovadas" poderia tender facilmente para um conceito denominacional da igreja local.

Conclusão

As experiências mais ricas de nossa vida virão, provavelmente, porque pertencemos a uma igreja local. O grande amor de Deus e a sabedoria dele são vistos neste arranjo. Determine que você fará a adoração na igreja local, onde você está, tudo o que Deus quer. Aperte as mãos de seus irmãos, levante sua voz em louvor e adoração ao Pai, glorifique seu Filho, adore-o em espírito e verdade!

- por Brent Lewis


O que a Bíblia Ensina
Sobre a Organização da Igreja?

A divisão e a confusão que existem no mundo religioso em nossos dias são contrárias à oração de Jesus na noite anterior à sua morte (João 17:20- 21). Há centenas de denominações ensinando e praticando coisas diferentes. Sabemos que Deus não criou essa confusão. O modelo que ele dá na Bíblia não é difícil de entender, nem impossível de praticar. O problema é que séculos de "modificações", "tradições" e "melhoramentos" humanos anuviaram nossa visão da simplicidade do plano original revelado pelo Espírito Santo no Novo Testamento. Em lugar nenhum isto é mais evidente do que na diversidade dos planos de organização de igrejas. Neste artigo, quero desafiar cada leitor a tentar deixar de lado tradições humanas e idéias pré-concebidas para ver claramente a simplicidade do padrão do Novo Testamento de organização de uma igreja. Tão certamente quanto os primitivos cristãos foram capazes de organizar-se em agrupamentos que funcionam, conhecidos como igrejas locais, sinceros seguidores de Jesus podem fazer o mesmo hoje em dia. Mas como? Como em todas as outras facetas da vida, precisamos pôr de lado nossas preferências, opiniões e políticas, para humildemente etudar e aplicar o ensinamento das Escrituras (Tiago 1:21-25).
 
O Modelo de Organização de
Igrejas Locais no Novo Testamento 

Precisamos começar por um entendimento básico da idéia bíblica de uma igreja. No Novo Testamento, uma igreja é simplesmente um grupo de cristãos que seguem a Cristo. A palavra pode ser usada para falar de todos aqueles que servem ao Senhor, não importa onde estejam (Hebreus 12:22-23). É freqüentemente usada para descrever grupos locais de discípulos que se encontram para adorarem, para edificarem uns aos outros e para proclamarem o evangelho de Jesus. É neste sentido que lemos sobre a igreja em Antioquia da Síria (Atos 13:1), sobre as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (Atos 14:21-23), sobre a igreja em Éfeso (Atos 20:17), a igreja em Corinto (1 Coríntios 1:1;  2 Coríntios 1:1), as igrejas na região da Galácia (Gálatas 1:2) e a igreja dos tessalonicenses (1 Tessalonicenses 1:1;  2 Tessalonicenses 1:1). É neste ambiente de igrejas locais que encontramos homens escolhidos para supervisionar e guiar. Os sistemas comuns de superestruturas de denominações, de ligas internacionais de igrejas e de hierrquias que ligam e até governam milhares de igrejas locais, são invenções do homem. Não há modelo bíblico de tais arranjos. No Novo Testamento, os cristãos serviam juntos em congregações locais. Eles eram gratos pelos seus irmãos em outros lugares, mas não tentavam criar algum laço de organização onde os cristãos de um lugar pudessem dirigir ou governar o trabalho de discípulos de outro lugar. Veremos este modelo mais claramente quando considerarmos o ensinamento específico sobre a organização de uma igreja local.
       
A Formação de Igrejas Locais

Conforme se espalharam pelo mundo, partindo de Jerusalém, cada cristão levou o evangelho a outras pessoas. A semente (a palavra S Lucas 8:11) foi plantada e produziu fruto (cristãos S Lucas 8:15;  1 Coríntios 3:7). Estes novos discípulos começaram a adorar e a trabalhar juntos no serviço de Deus (Atos 2:44;  16:40). Em cada cidade onde homens e mulheres obedeciam ao evangelho, as igrejas eram formadas (Atos 14:21-23). As igrejas se reuniam regularmente para participar da Ceia do Senhor (Atos 20:7;  1 Coríntios 11:20-34), para servir a Deus e edificarem uns aos outros (1 Coríntios 14:26; Hebreus 10:23-25). Os membros destas igrejas locais contribuíam voluntariamente para a obra que Deus incumbiu à congregação (1 Coríntios 16:1-2;  2 Coríntios 9:7).

A Supervisão da Igreja Local

Quando estas congregações se formaram, eram grupos de recém-convertidos que tinham que crescer (1 Coríntios 3:1-2). Quando amadureciam, desenvolviam-se homens que satisfaziam às qualificações exigidas por Deus para prover supervisão a essas congregações. Esses homens eram selecionados para servirem como presbíteros (Atos 14:23). A Bíblia também usa a palavra bispo para descrever os mesmos homens, e diz que o seu papel é pastorear (Atos 20:17, 28;  1 Pedro 5:1-2). A distinção que muitos grupos religiosos fazem entre pastores, bispos e presbíteros não é baseada na Bíblia. Estes presbíteros serviam na igreja local para pastorear "o rebanho de Deus", no meio do qual estavam (1 Pedro 5:1-2). Sua responsabilidade e autoridade para supervisionar não iam além do rebanho local. Não há nenhuma base bíblica para presbíteros de um local supervisionarem uma igreja em outro local. É também interessante e importante observar que as passagens que falam de bispos, presbíteros ou pastores nunca falam de apenas um servindo numacongregação. O modelo do Novo Testamento é ter uma pluralidade de bispos numa igreja local (Filipenses 1:1). Deus não autorizou nenhum homem a supervisionar sozinho uma igreja local.
 
Qualificações de Presbíteros/Pastores/Bispos

Duas passagens indicam claramente as qualificações que um homem tem que possuir para servir como bispo (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). Nenhum homem que não possua todas estas qualificações deverá ser selecionado para servir como presbítero/pastor/bispo. Antes de selecionar seus pastores, os membros da igreja local deverão estudar cuidadosamente estas listas para estarem certos de que tenham dois ou mais homens verdadeiramente qualificados. Paulo falou de qualificações familiares: esposo de uma só mulher, governa bem a própria casa, tem filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Ele deu uma extensa lista de exigências espirituais e morais: irrepreensível, temperante, domínio de si, sóbrio, modesto, hospitaleiro, tem bom testemunho dos de fora, não dado ao vinho, não violento, cordato, inimigo de contendas, não avarento, não arrogante, não irascível, amigo do bem, justo, piedoso. Um bispo precisa também ter experiência e capacidade para ensinar: apto para ensinar, não neófito, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem. É claro que Deus quer homens espiritualmente maduros que se dedicarão aos seus irmãos para servir como presbíteros. Este não é o trabalho dos jovens, dos novos convertidos, ou homens que ainda não aprenderam a guiar suas próprias famílias, nem é papel atribuído a mulheres. Estas qualificações não se adquirem recebendo diplomas de cursos de seminários, mas dedicando-se ao serviço do Senhor.

Outros Servidores

Diáconos são homens especialmente qualifi-cados e escolhidos para servir sob a supervisão dos presbíteros. Suas qualificações são encontradas em 1 Timóteo 3:8-12: "Quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato.... O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa."

Evangelistas ou pregadores são homens que proclamam as boas novas de Jesus Cristo. Eles não têm papéis de autoridade ou supervisão na igreja. Eles servem o Senhor como seus ministros e têm que ser completamente fiéis a sua palavra (2 Timóteo 4:1-5). A prática comum de chamar

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